Ao contrário do (absurdo) mito popular, gatos não são solitários! Eles precisam conviver com outros da mesma espécie. Mas, se você já dividiu a casa com alguém, sabe o quanto pode ser estressante. E o mesmo é válido para eles! Sejam dois, três, sete ou vinte!
Sim, com toda certeza! Aliás, este é um dos maiores problemas apontados por diversos comportamentalistas felinos de hoje: o stress causado por casas com muitos gatos que não têm estrutura adequada para acolhê-los.
A quantidade avassaladora de animais nas ruas e a falta de lares para todos faz com que pessoas de bom coração acabem resgatando e adotando cada vez mais gatinhos, sem perceber que o ambiente talvez não esteja preparado para receber tantos animais.
Gatos formam uma hierarquia que funciona como uma escada: o que está no topo manda na galera toda e o que está embaixo é o pária, que é mandado por todos e pode até sofrer bullying. É infelizmente muito comum que um ou mais gatos vivam em estado de constante medo e stress, sempre escondidos atrás de móveis, sem coragem de comer perto dos outros, usar a caixinha ou andar de cauda erguida no meio da sala como deveriam. Mas isso não é natural! E, numa família grande, é muito difícil o humano perceber o nível de stress que o gatinho passa diariamente.
O limite não é fixo, não existe um número mágico de gatos que podem conviver bem juntos. Tudo depende do tamanho da casa, quantidade de estações de água/alimentação/areia separadas, enriquecimento ambiental adequado, personalidade de cada gato e, claro, disponibilidade do humano em brincar, dar atenção e custear os cuidados com cada filho.
Felizmente, existem diversos artigos, pesquisas e até livros estudando a questão e ajudando a tornar o lar mais harmônico para todos. O primeiro requisito essencial para qualquer lar com mais de um gato, sejam dois, sete ou vinte, é fazer um excelente enriquecimento ambiental. Os gatos precisam ter vários níveis e espaços separados para se locomover, comer, beber água, usar a caixinha, dormir… tudo sem precisar trombar com outros ou brigar por recursos.
Logo, é importantíssimo ter várias caixas de areias em locais diferentes, além de comedouros, bebedouros, caminhas, arranhadores também em cômodos separados. Não adianta ter um comedouro para cada gato e deixar um grudado do lado do outro, para eles isso ainda conta como um!
Também é fundamental brincar diariamente com todos os gatos, dos mais ativos e valentes aos mais assustados. A brincadeira gasta a energia acumulada dos dominantes e evita que façam bullying com os menores. Por outro lado, ela também ajuda os gatinhos mais submissos a ganharem confiança e se sentirem bem consigo mesmos. E, para que a brincadeira funcione, todos precisam ter a chance de correr e pegar a “presa”, o que significa que os mais submissos terão que brincar em sessões individuais.
E a rotina da mamãe de família grande não para por aí! É importante se atentar para o comportamento e hábitos de cada gatinho, para perceber logo os sinais de stress ou doenças. Uma das grandes dificuldades em casas com muitos gatos é descobrir quem foi que vomitou na sala, quem teve diarreia, quem comeu o fio do computador e pode acabar tendo uma obstrução.
Mas conhecer cada gato é fundamental para perceber se ele está vivendo bem, incomodado com a casa cheia, com medo de sofrer bullying ou servindo de saco de pancadas para os outros. Cada gato tem necessidades e preferências de espaço diferentes.
Assim como as pessoas, alguns precisam de mais espaço pessoal do que outros, ou seja, um ambiente onde possam relaxar sozinhos sem serem incomodados, uma caminha e arranhador com o cheirinho deles. Cada gato é único e é importante respeitar a necessidade de espaço pessoal de cada um.
Por fim, um grande aliado das casas com muitos gatos é o Feliway (veja aqui), o ferormônio sintético que ajuda a fazer os gatos se sentirem bem no ambiente. No Brasil, existem duas versões: o Classic e o Friends, sendo que este último foi desenvolvido justamente para minimizar conflitos em casas com mais de um gato. O uso deve ser contínuo e é possível ter um difusor de cada, já que atuam de formas diferentes. Além do Feliway, florais e outras terapias podem ajudar, desde que o ambiente esteja devidamente enriquecido e os gatos brinquem todos os dias.
É a hora de reapresentar os gatos que mais brigam (veja como aqui), consultar um comportamentalista para lidar com o problema ou fazer uma sincera e difícil reflexão no coração e considerar a possibilidade de separar os gatos em espaços diferentes, seja encontrando um novo lar para o pária, onde ele possa ser feliz e confiante como merece, ou separando definitivamente o pessoal dentro de casa.
Por exemplo: uma dupla, trio ou grupo vai morar na sala e cozinha, outro grupo vai morar nos quartos e banheiro – e o humano passa um pouco de tempo em cada espaço, além de dar a atenção individual para cada gatinho, com brincadeiras e momentos de carinho.
Para essas pessoas incríveis de coração lindo, existe a maravilha do lar temporário! Em vez de adotar definitivamente todos os gatinhos que precisam de ajuda, é possível tratá-los e abrigá-los temporariamente num cômodo a parte dos demais até que encontrem uma família definitiva.
Desta forma é possível ajudar muito mais gatinhos! Porque em vez de abrigar 20 gatos por toda a vida, é possível acolher temporariamente dezenas, talvez centenas no mesmo período de tempo! Assim que um é adotado, abre vaga para outro, e depois outro, e outro…
Conheça mais sobre o lar temporário neste post aqui.
Fotos: Paulo Bass, Paulo Schadler e Yafut
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