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Os gatos se despedem antes de morrer? Sinais do último adeus

Os gatos se despedem antes de morrer?

Às vezes parece que os gatos nos dão uma última sessão de carinho antes de nos deixar, o que é conhecido como “lucidez terminal”. Isso é algo consciente? Vamos descobrir!

 

Possivelmente, a pior parte de conviver com um felino é saber que ele viverá menos anos que nós. É normal nos perguntarmos se os gatos se despedem antes de morrer, já que os humanos têm consciência do significado da morte e aliviamos esse luto com rituais de despedida.

Porém, esse processo psicológico é o mesmo para os gatos? O que os felinos sabem sobre a cessação da sua própria existência? Se a resposta for sim, eles valorizam o momento de se despedir de seus entes queridos? Isso é o que vamos descobrir, então não deixe de ler.

Gatos e a consciência da morte

Um dos grandes debates sobre a cognição animal é a consciência sobre a morte. Sabe-se que os elefantes choram os seus mortos e que algumas aves, como os corvos, convocam um “funeral” onde os seus pares vêm observar o membro do grupo que acaba de morrer.

Estudar isso é a tanatologia comparada, ramo da etologia que busca diferenças e coincidências entre humanos e outros animais na concepção da morte. Até agora, foi demonstrada em muitas espécies uma certa consciência do fim da vidaconcedida por sinais, como o cheiro de cadaverina e putrescina ou a detecção de imobilidade.

No entanto, não existem dados concretos que demonstrem que os gatos domésticos têm consciência da própria morte. Quando um espécime se sente fraco e doente, pode não ter forças para lutar pela sua vida, dando ao seu cuidador a impressão de que desistiu.

Evidências de estudos observacionais determinam que os animais são capazes de reconhecer a morte em outros indivíduos. Contudo, ainda é necessário estabelecer uma ligação entre isso e reconhecer o próprio fim da vida.

Os gatos se despedem antes de morrer?

 

 

Segundo depoimentos individuais, alguns felinos – antes de morrerem – se aproximam de seus cuidadores em busca de mimos. Crédito: anastas_/iStockphoto.

Não há dúvida de que o comportamento de um animal muda quando sua morte se aproxima. Alguns procuram um local seguro e tranquilo para aliviar o seu desconforto, outros procuram os seus cuidadores em busca de conforto. Além disso, certas mudanças na aparência e no comportamento sugerem que o fim da sua vida pode estar próximo:

  • O animal se isola.
  • Não come nem bebe.
  • Não defeca nem urina.
  • Dorme mais do que o normal.
  • Seus sinais vitais e temperatura corporal mudam.
  • Mostra gestos de dor, como posição ortopneica ou tensão muscular.
  • A aparência de sua pelagem muda, perdendo brilho e ficando desalinhada, pois o gato não se arruma.

Porém, se assumirmos que os gatos se despedem antes de morrer, estaríamos aceitando a ideia de que eles têm uma consciência clara de sua própria morte e realizam um ritual a respeito. Como não há evidências sobre esse processo mental específico, os especialistas pedem cautela ao atribuir habilidades cognitivas humanas a outras espécies.

Sinais de que os gatos se despedem antes de morrer: testemunhos individuais

Apesar de toda essa cautela científica a este respeito, existem muitos testemunhos individuais que afirmam que os gatos recuperam alguma força antes da morte e procuram os seus humanos para uma última sessão de mimos. Esse fenômeno, conhecido como “lucidez terminal”, também foi documentado em humanos e, para algumas pessoas, é um facilitador do luto, permitindo que ambas as partes se despeçam.

Portanto, do ponto de vista da psicologia do luto, não é condenado o pensamento de que um gato se despede de seu humano, caso essa lucidez ocorra no final da vida. Com essa interação, o animal encontra conforto para sua dor e o ser humano consegue criar uma memória positiva que o ajudará a enfrentar sua perda.

Agora, sem ter conhecimento sobre a lucidez terminal, essa melhora repentina pode gerar falsas esperanças de recuperação que posteriormente resultam no agravamento do trauma. É importante informar-se sobre esse fenômeno e administrá-lo como uma despedida saudável.

Luto e bem-estar antes da morte

Enfrentar a morte de um ente querido é sempre complicado. Com os animais não humanos, há também um acréscimo: somos nós os cuidadores que decidimos acabar com a vida com a eutanásia.

Essa decisão, que vai sempre contra a vontade de ficar com o gato, é uma das mais dolorosas que existem. É aí que entram em cena os rituais de despedida, às vezes facilitados pela lucidez terminal.

Porém, e para finalizar, é necessário ressaltar que a intenção de libertar o gato de sua dor deve prevalecer sempre quando ele não tiver mais remédio. Despedir-se e sentir uma correspondência do felino é um momento chave para ambos os seres, mas não deve se prolongar além do necessário.

Lembre-se do que é: uma despedida. O melhor é dar um fim para que seu amigo peludo se torne uma lembrança maravilhosa e não um luto doloroso.

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Lucas Almeida Pereira

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